Ser MecânicoSer Mecânico: fevereiro 2012

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O CHT e os três mexânicos.

Pois é... Mais junta de cabeçote.

O caso desata vez trata de um motor CHT, que equipava um gol "Bolinha".
O cliente reclamava de falhas de funcionamento e constantes queimas de velas. Apesar de simples esse defeito não foi detectado por outros profissionais que examinaram o carro.

Mistura de água
com óleo denunciando o defeito
Ao questionar o proprietário sobre essa situação de os outros profissionais não perceberem esse defeito, ficou muito claro o porqê: O primeiro profissional foi o cunhado, que diz que "manja legal" do assunto. Peguntei ao proprietário se o cunhado trabalhava no ramo e em que área da mecânica ele era especializado. E o proprietário disse que o cunhado na verdade não era mecânico, ele teve um chevette que era ele mesmo que mexia, aí ele confiava ao rapaz a incumbência de cuidar da manutenção de seu possante.

Isso era o que contaminava
a mistura prejudicando
o funcionamento
O segundo que avaliou o problema, tratava-se do sogro. Dizia ele que o sogro era autoridade no assunto. Então perguntei a ele se o sogro era mecânico então. Ele disse que também não. Mas apesar de trabalhar 30 anos em um escritório de advocacia, na juventude há cerca de 40 anos atrás, ele já foi ajudante de mecânico durante 6 meses e que apesar de pouco tempo em contato com a prática da manutenção automotiva, ele era "safo" e resolvia. E no caso diagnosticou como "óleo inadequado", tratando o defeito com um atroca de óleo no fundo da garagem (colocando um óleo monoviscoso 40). Dizia ele que esse que era o bom.
Papa de óleo contaminado
com água
O terceiro era um profissional mesmo, mas estava com a oficina cheia de mais, e em uma simples olhadela dise "Xíiiiii issé cabeçote!! Tem que mandar retificar, trocar guia facear, e tudo fica em mil e quinhentos merréis".
A mesma mistura de óleo com
água acumulada na
tampa dos tuchos
Assustado então,e sem muitas opções, foi indicado por um amigo até nosso humilde estabelecimento. Comecei o diagnóstico retirando a vela que insistia em queimar e a mesma se encontrava encharcada. Examinei o sistema d eignição e o mesmo não apresentava defeito. Retirei então a tampa filtro de ar e percebi água acumulada na superfície. Imediatamente retirei a tampa de óleo e encontrei uma papa, um creme, proveniente de mistura de água com óleo.
Diante disso, dei o diagnóstico: Junta do cabeçote defeituosa. Procurei saber o que ocorrera com o veículo nos últimos dias antes de apresentar o defeito, e o proprietário me confessou então que o veículo havia fervido, devido a um vazamento de água e desde entaõ ele vinha completando o nível, que nunca parava certo.
Junta danificada
devido ao aquecimento
Dando mais uma examinada, descobri a origem de toda problemática. Uma pastilha d'água do coeltor de admissão, era a responsável pelo vazamento de água que gerou o aquecimento e consequente queima da junta do cabeçote.


Face do bloco do motor
verificação é sempre
importante
Para resolução foi feita a troca da junta do cabeçote, verificação de planicidade da face do cabeçote, troca da pastilha dágua. E por consequencia da contaminação do óleo pela água, foi feita a troca do óleo e do filtro. Desde então o veículo nunca mais queimou vela, que encharcava devido a penetração de água com óleo na câmara de combustão (devido a queima da junta), comprometendo a queima.