Ser MecânicoSer Mecânico: O carburador

sábado, 14 de janeiro de 2012

O carburador

Detalhe da condição muito suja

Um carburador Brosol 2E

O cliente chega na oficina com um modelo bastante surrado. Reclama de falha na aceleração e dificuldade na partida. Ao abrir o capô, não foi difícil constatar que a causa do problema era a carburação. Pois é!!
Comparação de diafragma do
carburador com uma peça nova
ainda existem carros equipados com carburador. Ao contrário do que muitos pensam, carburadores ainda estão em uso em modelos mais antigos e em modelos de competição. Com a atuação da lei ambiental, a inspeção veicular tem tornado cada vez mais crescente a demanda por profissionais que sejam habilidosos no trato com carburadores. E carburador não tem "meio termo". Para os proprietários, não caiam nessa de que "fulano sabe mexer nesse tipo de carburador". Carburador ou o profissional sabe ou não sabe. Não adianta "ter noção".
Carburador depois da limpeza
Para mecânicos de uma faixa etária de 25 a 30 anos, carburadores são bem familiares. E talvez por isso o cliente também reclamara da dificuldade de se encontrar que resolva problemas em carburadores. Encontra-se muitos profissionais que "mexem" em carburador, mas não que resolvam o problema.
Depois da limpeza é feita lubrificação
O carburador não é uma peça tão complicada assim de se trabalhar. O problema é que os profissionais de formação mais recente, não digamos "mimados" ou "mal acostumados" com os aparates tecnológicos do sistema de injeção eletrônica. Hoje em dia na minha opinião os mecânicos estão muito "almofadinhas". Claro que não sou contra o avanço tecnológico, mas bato na tecla de que não podemos deixar as origens da reparação automotiva se perderem. Por mais que a tecnologia evolua (e isso é bom), a mecânica automotiva não pode deixar de ser uma arte, uma filosofia de vida.
Detalhe do calibre do 1º estágio
(o de baixo na foto) estava
entupido com sisco
Bem... Voltando ao carburador, trata-se de uma peça aerodinâmica que tem como função efetuar a mistura do ar com o combustível para formação de um "carburante", que por sua vez será usado para queima dentro do cilindro, gerando energia mecânica. Também é função do carburador, controlar a quantidade de ar aspirado pelo motor, e a perfeita dosagem da mistura ar-combustível de acordo com a necessidade de trabalho do motor. E para isso é preciso que essa peça esteja em plenas condições.
Acionador do 2º estágio estava
em bom estado, trocando somente
a mangueira de sucção
No caso do cliente, o carburador estava além de mal regulado, estava também muito sujo.
Foi feita uma limpeza com gasolina, e desengraxante. Depois de limpo, foi feita uma lubrificação nas partes móveis. E em seguida a troca do reparo. Ao desmontar foi verificado que a borboleta do segundo estágio estava com funcionamento deficiente, agarrava aberta. Esse defeito acarreta da dificuldade de regulagem da peça como um todo.  
Após todo o procedimento, regulagem e... só elogios do proprietário.

Boia de nível constante
também foi trocada
Obs: Em toda e qualquer tipo de regulagem de carburador, é de praxe fazer uma conferência em pontos críticos que influenciam o bom funcionamento da peça. Tais como:

  • Verificar a saúde do sistema de ignição
  • Realizar ajuste de ponto de ignição
  • Conferir eventual entrada de ar
  • Analisar a qualidade do combustível
  • Ajuste de peças mecânicas do próprio motor (como tuchos, sincronismo de correia dentada etc.)




3 comentários:

  1. Adorei seu blog apesar de ter lido todo conteúdo de imediato mas pode ter certeza que lerei. Estou te seguindo, tá?

    Sou do tipo de pessoa q adora conversar entender um pouco de tudo. Tenho um Palio fire 2007 celebration ele já está com 180.000 Km rodados, comprei-o já bem rodado, já faz um ano, mas apesar de ter uma quilometragem alta, ele não me dá problemas. Sobre retificar o motor do meu possante já está na hora? Até quanto tempo eu posso ficar sem retificar?

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    1. meu e-mail é falandomaloupagandopau@hotmail.com

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    2. Olá, é um prazer ter você acompanhando o Blog Ser Mecânico.
      Com relação à sua dúvida, é o seguinte. Os motores Fire tem uma boa resistência com relação à peças de fricção (bielas, eixo etc.) A média de duração é muito relativa, mas de uma forma genérica pode-se dizer que motores como o Fire, começam a dar sintomas de cansaço pelo desgaste por volta dos 250.000 km mantendo revisões periódicas e e submetido a um uso moderado.
      Mas como eu disse, é tudo muito relativo, pois depende de muitos fatores tais como:
      - Profissional
      - Qualidade das peças de Reposição
      - Tipo de utilização do veículo
      - Ciclo do veículo (urbano, rural ou misto)
      - etc.

      Mas vai uma dica: Se não apresenta sintoma de desgaste, não tem porque mexer (abrir o motor). Mas é possível fazer alguns exames para uma melhor avaliação.
      - Medir a taxa de compressão
      - Analisar os gazes emitidos
      - Examinar a qualidade da queima (pelo aspecto das velas)
      - Exame visual de um profissional habilitado.
      - Em oficinas mais sofisticadas pode-se fazer uma endoscopia, para ver a condição interna do motor.

      Espero ter contribuído
      Paz e prosperidade para vc!!

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